1ª leitura – ‘Para educar crianças feministas’

1ª sugestão à 3ª sugestão
A primeira leitura do livro ‘Para educar crianças feministas’ nos é trazida por Námoda, militante feminista e artista conceptual.
Instagram: @mmaapengonamoda

Qual é a tua opinião sobre o trecho lido por ti?

Para mim foi uma experiência muito bonita ler este livro. O tema é muito interessante. Acho a maternidade um momento muito sedutor. Me seduz muito a ideia da maternidade, pela experiência de carregar uma criança no ventre durante nove meses, experienciando aquelas mudanças no corpo. Acho isso muito forte, muito profundo, muito bonito!

Contudo eu acho que é uma ideia que não me conquista, sobretudo pela entrega que ela parece me exigir. Seria muito interessante se eu pudesse ter a experiência e depois decidir se continuo ou não com ela, mas não é assim. Uma vez aceite a proposta é ir até ao fim. Nesse sentido, a parte que me coube ler, liga muito bem com essa minha visão de maternidade, porque justamente a primeira sugestão que a Chimamanda dá, é ‘Seja uma pessoa completa’. E acho que a maternidade não me conquista finalmente por essa pressão que colocam sobre as mulheres, de não ser mais uma pessoa completa. Não só a sociedade como a própria experiência talvez também sugere isso, pela força que tem. É um momento com a probabilidade de nos dividir, de nos tornar pessoas a partir daquele momento fragmentadas em dois, em três, de nos tirar do eixo, nos colocar diante de um amor incondicional. Enfim, onde somos capazes de fazer coisas que não faríamos nem por nós. Em que somos obrigadas a fazer a papinha mesmo quando estamos cansadas porque a criança tem simplesmente que comer. Enfim, são obrigações e são responsabilidades que não acho muito sedutoras por me tirar do meu próprio eixo.

Então, acho que para quem tomou a decisão de ser mãe, ter essa primeira sugestão de ‘Seja uma pessoa completa’ é muito importante, ter alguém que valide essa necessidade de sermos completas mesmo depois da maternidade. Para mim foi um processo muito reflexivo, também de olhar para mim, para a minha relação com a maternidade. E, não consegui ler só apenas a primeira parte, apesar de ser essa que me coube. Acabei lendo todo o livro, então foi um exercício muito bonito e agradeço por isso.

Lendo a Chimamanda Adichie

Introdução do livro
Lida por Khanysa

Durante os meses de Agosto e Setembro de 2019 faremos uma leitura colectiva.
Um grupo de amigas feministas lhe oferece o audio do livro “Para educar crianças feministas – Um manifesto” de Chimamanda Ngozi Adichie. Desfruta de escutar as sugestões atrevidas que a Chimamanda faz para educar meninas e meninos preparad@s para um mundo onde existe justiça de género. Desfruta também das vozes maravilhosas das leitoras e claro, deixe ficar a sua opinião em relação às ideias da autora.

Os apelidos de mulheres são uma utopia?

Em muitas sociedades antigas os nomes tinham um significado. As vezes representavam o que se esperava que as pessoas fossem ou alguma característica do nascimento ou da personalidade ou ainda as circunstancias nas quais as pessoas tinham nascido. Em muitas sociedades actuais, perdeu-se o sentido explícito dos nomes e de facto, muitas pessoas não conhecem o significado dos seus nomes. Porém, implicitamente ainda prevalecem alguns significados, por exemplo, dá-se nomes de flores apenas às meninas e nomes de guerreiros apenas aos meninos.

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