A 5ª e última leitura do livro ‘Para educar crianças feministas’ nos é trazida por Solange Rocha, ativista feminista, pesquisadora e educadora popular. Brasileira de vida, sulafricana por amor e moçambicana por escolha. Solange é associada de www.genderatwork.org.
Category Audio-livros
Nesta categoria pretende-se partilhar a leitura individual e colectiva de livros que contribuem para as reflexões feitas neste blogue sobre temas como feminismos, maternidade com consciência, normas sociais, partilha de responsabilidades, corpos, sexualidade, etc.
4ª leitura: ‘Para educar crianças feministas’
3ª leitura – ‘Para educar crianças feministas’
Escute a reflexão da leitora sobre o livro, abaixo. A terceira leitura do livro Para educar crianças feministas nos é oferecida por Freedom, rebelde com causa.
Facebook: @Movfemme- movimento das jovens.feministas de Moçambique
2ª Leitura – ‘Para educar crianças feministas’
O que achaste da parte do livro que leste?
O que mais gostei no livro “Para educar crianças feministas” de Chimamanda Ngozi Adiche, foi a forma simples mas profunda que ela explica feminismo, os exemplos claros que ela usa para demonstrar como a sociedade pressiona, questiona e julga mulheres de forma diferente que homens.
Chimamanda questiona estereótipos impostos à mulheres e de forma clara, orienta pais e mães em como educar crianças de modo que estas se tornem cidadãos just@s, conscientes de seus direitos e deveres.
1ª leitura – ‘Para educar crianças feministas’
Qual é a tua opinião sobre o trecho lido por ti?
Para mim foi uma experiência muito bonita ler este livro. O tema é muito interessante. Acho a maternidade um momento muito sedutor. Me seduz muito a ideia da maternidade, pela experiência de carregar uma criança no ventre durante nove meses, experienciando aquelas mudanças no corpo. Acho isso muito forte, muito profundo, muito bonito!
Contudo eu acho que é uma ideia que não me conquista, sobretudo pela entrega que ela parece me exigir. Seria muito interessante se eu pudesse ter a experiência e depois decidir se continuo ou não com ela, mas não é assim. Uma vez aceite a proposta é ir até ao fim. Nesse sentido, a parte que me coube ler, liga muito bem com essa minha visão de maternidade, porque justamente a primeira sugestão que a Chimamanda dá, é ‘Seja uma pessoa completa’. E acho que a maternidade não me conquista finalmente por essa pressão que colocam sobre as mulheres, de não ser mais uma pessoa completa. Não só a sociedade como a própria experiência talvez também sugere isso, pela força que tem. É um momento com a probabilidade de nos dividir, de nos tornar pessoas a partir daquele momento fragmentadas em dois, em três, de nos tirar do eixo, nos colocar diante de um amor incondicional. Enfim, onde somos capazes de fazer coisas que não faríamos nem por nós. Em que somos obrigadas a fazer a papinha mesmo quando estamos cansadas porque a criança tem simplesmente que comer. Enfim, são obrigações e são responsabilidades que não acho muito sedutoras por me tirar do meu próprio eixo.
Então, acho que para quem tomou a decisão de ser mãe, ter essa primeira sugestão de ‘Seja uma pessoa completa’ é muito importante, ter alguém que valide essa necessidade de sermos completas mesmo depois da maternidade. Para mim foi um processo muito reflexivo, também de olhar para mim, para a minha relação com a maternidade. E, não consegui ler só apenas a primeira parte, apesar de ser essa que me coube. Acabei lendo todo o livro, então foi um exercício muito bonito e agradeço por isso.