Um tributo às nossas queridas babas

Feliz dia 8 de Março! Neste 8 de Março gostaria de dizer um grande obrigada à aquelas senhoras (e alguns poucos senhores) que facilitam as nossas vidas cuidando das nossas crianças.

Vivo numa cidade onde não nos podemos permitir uma babá a tempo completo e as crianças só começarão a creche a partir de Agosto de 2019. Assim sendo, passo muito tempo com as minhas crianças, cuidando, brincando, discutindo…

Esta tarefa de cuidar de ‘pessoinhas’ é bastante árdua e implica pelo menos para mim estar activa em várias vertentes: Continue reading “Um tributo às nossas queridas babas”

Eu também mereço

No dia 9 de Novembro de 2017, celebramos o primeiro aniversário da minha filhota. Nesse dia, o pai fez um bolo de chocolate deliciosíssimo para ela, compramos uma vela e papel para fazer chapéus e fizemos os chapéus com ela. Também almoçamos com um amigo de quem ela gosta muito, o tio Giano, e, demos um passeio antes de voltar para casa.

A estas alturas, ela já caminhava com ajuda, agarrada à alguma mão ou qualquer coisa que lhe inspirasse segurança. Durante o passeio para casa, ela decidiu pela primeira vez caminhar sozinha – sem o nosso apoio. Ela caiu algumas vezes sim, e atrapalhou as/os ciclistas que passavam por nós, mas ela, simplesmente levantava-se ou levantava a cabeça e olhava para nós pedindo ajuda para se levantar, e, continuava com a nova aventura.

Algo interessante que observamos com as bebés, é que uma parte do seu desenvolvimento é a aprendizagem. Estão constantemente a aprender, o que lhes leva a fazer coisas novas, mas também, a melhorarem as coisas que já fazem. Como adultas/os, estamos abertas/os a acompanhar o processo de aprendizagem das crianças. Aceitamos que falhem, que caiam e que errem durante esse processo, até que aprendam a caminhar, comer com uma colher sem sujar a mesa, subir e descer do sofá, encher o baldinho de areia, etc.

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HAAA…! O que faço com tantos conselhos?

Não estava tão consciente disto antes de ter a minha bebé, há tanta gente predisposta a dar conselhos que não foram solicitados sobre a gravidez, @s bebés e as crianças. As vezes parece algo compulsivo, olhou para ti ou para @ bebé ou viu a forma como deste de mamar e PAM…’devias fazer isto’ ou ‘porque não fazes assim?’

Provavelmente estas ‘conselheiras e conselheiros compulsivos’ sejam dessa forma com a melhor das intenções e achando que estão a ajudar. As vezes os conselhos são constantes e vindo de muitas frentes o que não dá tempo de reflectir sobre eles e decidir se segui-los ou não, ou simplesmente ficamos desbordadas de conselhos que acabamos ficando confundidas. Noutras vezes a sugestão é apresentada tecnicamente como conselho, mas na realidade é uma ordem, @ conselheir@ está tão convicta do seu conselho que fica ofendida se tempos depois descobre que este não foi seguido.

Conselho de acordo com o Dicionário Online de Português significa “Recomendação; parecer, aviso que se oferece a alguém em relação ao que essa pessoa deve, ou não, fazer numa certa situação: vou seguir seu conselho!” Portanto, se damos um conselho, não deveríamos ter a expectativa de que este seja seguido, pois trata-se de uma opinião, não é uma prescrição médica (que também pode ser questionada). Porque será que @s conselheir@s compulsivos aparecem no nosso caminho? Será porque: Continue reading “HAAA…! O que faço com tantos conselhos?”

Celebrando a Mulher Moçambicana

O dia 7 de Abril é feriado em Moçambique, dia em que se celebra a mulher moçambicana, concretamente a sua contribuição e papel na conquista da independência do país e posterior construção do projecto de Estado-nação.

 

Eu tenho sentimentos mistos sobre este dia. Sinto que as mulheres moçambicanas nos movemos na procura da nossa liberdade, emancipação, valorização como caranguejos. Parece que a cada 2 passos que damos para frente, damos 3 para trás e um para um lado. Hoje temos leis que protegem a igualdade entre os sexos e os direitos humanos das mulheres, e mais mulheres em espaços de tomada de decisão que nunca (sobretudo ao nível governamental, não ocorre o mesmo no sector empresarial).

 

Porém, o patriarcado na base do nosso sistema social, económico e político está cada vez mais enraizado. O machismo está infiltrado na nossa linguagem masculinizada, na violência contra as mulheres vista como algo normal, na violação sexual como arma de guerra contra a exclusão social, no numero limitado de mulheres com DUAT ou que terminam o ensino secundário (sobretudo fora dos centros urbanos), etc.

 

Penso que a luta pela igualdade de género, pela justiça social e uma sociedade livre de discriminação e violência é longa. E, por este motivo é necessário ir encontrando motivos de celebração, batalhas vencidas para não desistirmos ou apanharmos esgotamento. A valorização das mulheres na minha opinião, não se pode medir apenas pelas leis existentes (nem sempre implementadas) feriados ou discursos a favor da igualdade e não discriminação. São necessárias coisas palpáveis que nos permitam relacionar o discurso da valorização com as nossas vidas.

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