Carta 1: Partilha de responsabilidades

15 de Setembro de 2018

Querido Cossa,

Como é que estás?

Espero que esta carta te encontre cheio de boas vibes.

Decidi escrever-te esta carta porque nem sempre consigo expressar verbalmente como me sinto de forma construtiva. Existem assuntos sobre os quais gostaria de te explicar melhor o meu ponto de vista. Por outro lado, nós decidimos partilhar também as responsabilidades reprodutoras (cuidado das crianças, idos@s, doentes, cuidado da casa, etc.) e, acho necessário continuarmos a conversar sobre as nossas expectativas quando falamos de co-responsabilidade nessa área, de forma a encontrarmos fórmulas ‘ganhar-ganhar’ que facilitem as nossas vidas.

Os assuntos são muitos e não poderei expressá-los numa única carta, por esse motivo irei te escrevendo cartas periódicas. Se não te importas, vou deixar as cartas na gaveta das tuas cuecas. Por favor responde no teu tempo, por escrito ou verbalmente.

O primeiro assunto que gostaria de abordar contigo, é que gostaria que me ajudasses a perceber qual é a tua história com a arrumação da roupa das crianças. Tenho a impressão que as vezes achas que só eu é que devo controlar esse assunto. Se nós decidimos junt@s como arrumar o quarto das crianças, que cómoda, que armário ou guarda-fato colocar no quarto delas e porquê; se arrumamos a roupa pela primeira vez junt@s; e se a roupa que arrumei sozinha depois te fiz um tour para mostrar-te onde as coisas ficam – como é que cada vez que precisas de alguma coisa das crianças tens que perguntar “querida onde é que está a camisola do miúdo?”

Por outro lado, o quarto das crianças é mais do que conhecido pelas pessoas adultas que vivem na casa, será que é assim tão difícil, dirigir-se ao quarto, abrir os espaços de arrumo e procurar pela coisa que precisas?

Sinto que preciso explicar-te que eu não sou guardiã nem a única responsável pelas coisas das crianças. Portanto ou:

  • Dedicas tempo a memorizar onde fica o quê, para não estares sempre a perguntar as mesmas coisas. É irritante!
  • Ou, perde a preguiça de procurar as coisas e sem medo nem complexos, vá ao quarto das crianças, abre as portas dos armários, as gavetas, as caixas e as portas do guarda-fato.

E, gostaria de te lembrar que procurar não é entrar no quarto, fazer uma vista rápida e logo concluir que não encontraste o que procuras. Podes agir como se fosses o único na casa e que a tua vida depende de encontrar a coisa que procuras. Isso significa que além de procurares nos lugares óbvios, podes procurar em sítios como no cesto da roupa suja ou no da roupa limpa, por baixo e atrás de móveis, no estendal, ou mesmo perguntar às crianças (já sabes que elas adoram esconder coisas)…Procura de verdade. Ambos sabemos que podes!

Com muito amor,

Eu.

Compartilha o amor

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