As dores de cabeça crónicas das nossas tias

Desde 1991 que entre os dias 25 de Novembro e 10 de Dezembro de cada ano, se celebram os ‘16 dias de ativismo contra a violência baseada no género’. Esta é uma campanha internacional com o fim de consciencializar sobre a violência baseada no género, especialmente aquela praticada contra a mulher e a rapariga.

Não acontece todos os anos, mas quando posso participo em ações coletivas no âmbito da campanha. O que sim faço todos os anos, é aproveitar este período para refletir sobre tipos de violência baseada no género que eu possa praticar, sofrer, tolerar ou minimizar.

Este ano, a minha atenção foi para as múltiplas histórias assistidas e contadas de mulheres que quase todas as noites sofrem de dores de cabeça ou de alguma outra dolência. Frequentemente esta dor de cabeça é justificação para não se engajarem em atividades sexuais com os parceiros, marido ou namorado. Durante muito tempo, não dei o devido valor a estas dores de cabeça crónicas, mas agora consigo conectar alguns pontos e ver que elas são claramente gritos de socorro. Mas são gritos tão baixinhos, feitos num espaço considerado ‘sagradamente’ privado, que muitas vezes passam desapercebidos.

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